Prevenção de acidentes na infância

Durante o XV Congresso Mineiro de Pediatria, que aconteceu em junho, em Belo Horizonte, foram debatidos tópicos importantes sobre os principais acidentes que ocorrem na infância. Informações importantes que precisam ser transmitidas aos pais e cuidadores, sendo as causas que mais dominam a atenção dos especialistas:TRÂNSITO, QUEDA, AFOGAMENTO, SUFOCAÇÃO, QUEIMADURA e INTOXICAÇÃO, dentre outros.

TRÂNSITO:
A criança como passageiro merece grande atenção. Pela física: “tudo o que estiver solto dentro de um veículo, a uma velocidade de 60km/h, em caso de colisão, pode ser afetado com um peso 50 vezes maior que o real.”
Exemplo prático: Uma criança de 20kg pode se transformar em um urso de 1000kg.
Sendo assim, o uso de cinto de segurança ou assento infantilapropriado é obrigatório, para todos os ocupantes do veículo – legislação séria. (CNT resolução 277 de 25/05/2008).

A ordem natural: bebê conforto, cadeirinha, assento de elevação, cinto de segurança.
Pontos que valem a pena lembrar:
– Jamais carregar criança no colo dentro do carro.
– Não utilizar assento infantil envolvido em colisão.
– Cuidado com vidros elétricos, trava das portas, chave na ignição.
– Nunca deixar a criança sozinha no carro.

QUEDAS:
Responsável pelo maior número de casos entre os acidentes na infância, com crianças de 0 a 14 anos. A queda é o grande vilão e a maior causa de internações por injúrias não intencionais, em todas as faixas etárias de 0 a 14 anos, segundo dados do Datasus (2016).
Dicas:
– Redesenhar móveis e outros produtos.
– Observar padrões dos playgrounds.
– Colocar grades nas janelas.
– Não deixar crianças pequenas em camas de adultos.
Fonte: (WHO)*
– Andador é perigoso e desnecessário, já não é comercializado em vários países.

AFOGAMENTOS:
– Remover (ou cobrir) reservatórios de água.
– Colocar cercas de isolamentos ao redor de piscinas.
– Usar dispositivos individuais para flutuação (Boias infantis: mas nada substitui a supervisão).
– Assegurar medidas de ressuscitação imediata.

AULAS DE NATAÇÃO:
– Crianças devem aprender a nadar a partir dos 4 anos.
– Há evidências de que crianças de 1 a 3 anos de idade, que já tiveram aulas de natação, se afoguem menos.
– Mesmo a criança que já aprendeu a nadar, precisa de supervisão.
– Aulas de natação não tornam a criança de qualquer idade, ‘à prova de afogamento’.
* (fonte: Word Heath Organization 2014.P26)

SUFOCAÇÃO:
ASFIXIA, INGESTÃO E ASPIRAÇÃO
Dicas:
– O bebê deve dormir de barriga para cima, em berço certificado, com colchão firme, sem travesseiro, protetor ou cobertas soltas. Em último caso,as cobertas apenas deverão ser utilizadas da cintura para baixo.
– Deixar objetos pequenos fora do alcance. Usar brinquedos apropriados, evite fios, cordões e sacos plásticos.
– No nosso meio, a maior proporção das aspirações é de grãos de milho, feijão e amendoim.

QUEIMADURAS:
A maior vilã neste caso é a água quente, seja em banhos, cozinha, bolsa de água quente para recém-nascidos com cólicas, etc.
Na época das festas juninas as deliciosas fogueiras são perigosas. Tem que ter supervisão intensa.
O tratamento de queimaduras deve ser feito em centros especializados imediatamente.

INTOXICAÇÃO:
Nunca deixar ao alcance de crianças produtos de limpeza e medicamentos. Ler sempre as embalagens.
Em Belo Horizonte, temos o setor de TOXICOLOGIA do Hospital João XXIII. O serviço é fantástico e transmite as informações de imediato, de acordo com a substância ingerida.
Tel: (31) 3239-9308

Posted by Dra. Tulia Fadel

1 comment

Leonardo Assis

Este artigo foi muito importante pra mim.
Apesar de já termos instintivamente noção dos riscos aos quais nossas crianças estão submetidas, é interessante saber dados estatísticos de acidentes mais frequentes.
Também foi bom tomar conhecimento sobre as aulas de natação e a idade mais adequada.